
A sinopse do O Homem Fragmentado me chamou a atenção. Um homem que se sente culpado pela morte do filho comete suicídio, mas no momento seguinte está vivendo uma outra vida onde o filho está vivo e bem.
Não sabia bem o que esperar. Eu confesso que tenho um pouco de pé atrás com romances contemporâneos, mesmo que fantásticos. Não sei bem o porquê disso. Não tive uma boa experiência lendo o Bento do André Vianco e já esbarrei com livros da dita Fantasia Urbana que não me desceram bem. Tanto que, na hora de pegar um próximo livro para ler, pensei duas ou três vezes antes de pegar O Homem Fragmentado. Acabei pegando. Li-o em uns 5 dias, o que para mim é bom sinal nesse fim de ano com infinitos projetos paralelos e pouco tempo para sequer dormir. Não porque terminou rápido! Sinceramente acho que a história é do tamanho certo, mas porque o livro acabou se revelando daquele tipo que você quer ler mais para saber o que vai acontecer em seguida.
É complicado falar do livro sem entregar demais a trama. Faz parte da experiência tentar entender junto com o personagem principal o que está acontecendo com ele. E já aviso logo que isso nunca é realmente esclarecido. Há teorias e você poderá formular as suas (eu mesmo fiz isso com as minhas), mas não existe resposta concreta. E, no final das contas, nem acho que precise.
Acho que já dá para perceber que gostei do livro. O ritmo é rápido e muitos dos capítulos acabam em cliffhangers, aqueles clássicos finais em que você precisa ler o que acontece depois.

Quanto ao final, eu tenho mania de gerar uma expectativa X de como a história deve terminar e muitas vezes acabo de certa forma insatisfeito com o que eu encontro de verdade. O final fez sentido? De certa forma, sim. Mas, depois de tudo o que o personagem passou, eu esperava algo um pouco diferente. O fato da história ser contada em primeira pessoa somado ao protagonista ser um escritor me vez imaginar que, ao final da história, ele escreveu esse livro nas minhas mãos. Para mim parecia ser um fechamento perfeito para o ciclo. Da forma que o livro terminou acabou me dando a impressão do personagem ser um verdadeiro egoista filho da puta. Vai ver que é.
Em suma, o livro é muito bom. Por enquanto está na minha (curta) lista de “melhores romances brasileiros de 2013.”
Links:
O Homem Fragmentado
Só Outro Blog (Blog do Tibor Moricz)
As divagações são mesmo propositais. Qualquer um na situação dele se crivaria de perguntas (todas sem resposta) e mergulharia em hipóteses. Ninguém viveria essa experiência com a calma necessária para deixar de lado os próprios temores e a grande possibilidade de ter enlouquecido. O fato da narração ser em primeira pessoa, praticamente obriga a isso (É chato, sei, mas fazer o quê, né?).
ResponderExcluirObrigado por me incluir nessa importante lista. Escrevi com essa intenção. Bom saber que funcionou com você. :)